Até final de maio, os municípios do continente podem candidatar-se aos dois avisos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que destinam 25 milhões de euros para obras de melhoria da acessibilidade de pessoas com dificuldades de mobilidade a espaços públicos e outros 10 milhões para intervenções com o mesmo objetivo em edifícios municipais ou do Estado central. Um investimento de salutar, mas que peca por escasso, segundo a Associação Salvador e a ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal.
 

Segundo o Público, o Governo pretende, com os 10 milhões de euros, melhorar as condições em pelo menos 1.500 edifícios. E com os outros 25 milhões quer apoiar intervenções em pelo menos 200.000 metros quadrados (m2), qualquer coisa como 20 campos de futebol, escreve o Público, salientando que neste caso o teto máximo é de um milhão de euros por iniciativa. Significa isto que 25 câmaras poderão esgotar, de forma rápida, esta verba. 
 

Citado pela publicação, Salvador Mendes de Almeida, presidente da Associação Salvador, saúda a abertura destes concursos, mas considera que os valores dos mesmos são “muito reduzidos”. “Há boas intenções, e isto é um impulso, mas sinto que continuamos a ter poucas pessoas a trabalhar nestes temas”, referiu. 
 

Uma preocupação partilhada pelo presidente da ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, Rodrigo Santos, que considera que os valores em causa são “uma gota de água” e um sinal do falhanço coletivo no cumprimento e fiscalização da legislação que está em vigor desde 2006. “Continuamos a desperdiçar dinheiro quando construir de forma totalmente acessível, logo à partida, custaria, muitas das vezes, o mesmo”, lamenta. 

Fonte: Idealista News