Período de carência no crédito à habitação: o que é e como pedir

O consumidor contrata com o banco um período durante o qual não há lugar a amortização de capital, pagando apenas juros. Será uma boa opção?
01 jun 2021 min de leitura

Muitas pessoas sentiram necessidade de, devido às despesas que tinham em plena pandemia da Covid-19, pedir um período de carência ao banco, nomeadamente no crédito à habitaçãoUma forma de minimizarem os custos mensais em tempos de crise pandémica. Mas será que esta é uma boa opção? No artigo desta semana da Deco Alerta explicamos-te tudo sobre este tema.

A Deco Alerta é uma rubrica semanal destinada a todos os consumidores em Portugal que é assegurada pela Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor* para o idealista/news.

Desde abril do ano passado que os nossos rendimentos (consequência do ‘lay-off’) diminuíram bastante. Já não conseguimos cumprir o pagamento das despesas, sobretudo do crédito à habitação. Pedir um período de carência no crédito à habitação será uma boa decisão?

O período de carência (de capital) trata-se de uma solução possível e temporária para quem se encontra em incumprimento ou em risco de não cumprir as prestações do crédito. Porém, é uma decisão que terá de ser ponderada cuidadosamente e para tal necessitas de informação.  

Antes de mais, esclarecemos que as prestações de um crédito são compostas por uma parcela de capital e outra de juros. Ora, durante o período de carência, o consumidor contrata com a instituição de crédito um período durante o qual não há lugar a amortização de capital, acontecendo apenas pagamento de juros. A prestação durante este período é, por isso, menor do que a prestação anterior, pois deixa de incluir a componente do capital.

Portanto, o período de carência consiste num intervalo de tempo livremente acordado por ti e pelo banco ou instituição de crédito. Este intervalo tem, por norma, duração entre seis e 24 meses mas, dependendo de cada situação, poderá ser prorrogado.

Embora seja uma opção na renegociação de créditos, o período de carência, numa perspetiva a médio e longo prazo, tem algumas desvantagens que deverás analisar. Após o término do período de carência, o valor da prestação aumenta, uma vez que aquela parcela de capital que não foi liquidada durante a carência será diluída ao longo do prazo remanescente do crédito.

Quanto maior o período de carência, menor é o prazo de que o consumidor dispõe para o reembolso do capital e, assim, maior será o aumento da prestação face à do período de carência. Além desta desvantagem, existe ainda a possibilidade da instituição de crédito agravar o spread (componente da taxa de juro, que expressa a margem de lucro da instituição de crédito).

Por isso, aconselhamos-te a, antes de negociar um período de carência, contactares o banco e pedires uma simulação que indique o prazo da carência, o valor da prestação durante aquele período e o aumento da prestação no fim do mesmo.

Caso decidam avançar com esta renegociação, não se esqueçam que será necessário assinar um aditamento ao contrato do crédito, pois é uma alteração ao conteúdo do contrato inicial, o que obriga a uma leitura atenta e cuidada. 

Fonte: Idealista News

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