eficiência energética está no topo das prioridades a nível global. E a Comissão Europeia (CE) está mesmo empenhada em reduzir a pobreza energética no espaço europeu, tendo, para isso, revisto um conjunto de medidas no âmbito do “Fit for 55” e delineado novos padrões mínimos de desempenho energético dos edifícios que deverão ser atingidos até 2030. Apostar na renovação das casas e investir em sistemas de aquecimento mais amigos do ambiente é o caminho. E uma das “tecnologias chave” nesta mudança são mesmo as bombas de calor, destaca a Agência Internacional de Energia (AIE).
 

O inverno já chegou e o frio faz-se sentir um pouco por toda a Europa. Na tentativa de aquecer os lares, os gastos com a luz e o gás disparam. Mas existem formas de aquecer a casa de forma eficaz sem gastar muita energia. “Há equipamentos elétricos muito mais eficientes do que os seus equivalentes movidos diretamente a combustíveis fósseis, como as bombas de calor elétricas, por exemplo, que conseguem ser três a quatro vezes mais eficientes do que queimar combustíveis fósseis", lê-se no relatório “Energy Efficiency 2021” da AIE.
 

“As bombas de calor são uma tecnologia chave para aumentar a eficiência e eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis para aquecimento de ambientes e outros usos finais”, reconhece a entidade. A verdade é que o uso de bombas de calor tem vindo a crescer – nos últimos cinco anos aumentou em concreto 10% por ano. Em 2020, contabilizavam-se 180 milhões de bombas de calor em utilização. Para cumprir os objetivos da CE de alcançar emissões zero até 2050, o número bombas de calor instaladas deverão chegar a 600 milhões em 2030.

 

Bombas de calor ao rubro na Europa

Só em 2019, quase 20 milhões de agregados familiares compraram bombas de calor. E a procura está concentrada sobretudo na Europa, América do Norte e regiões mais frias da Ásia. No espaço europeu, a venda de bombas de calor aumentou cerca de 7%, para 1,7 milhões de unidades em 2020, refere o estudo da AIE. Agora, existem 41,9 milhões de bombas de calor instaladas por toda a europa, refere a edição de 2021 do EurObserv’ER Heat Pump Barometer publicada esta semana.
 

Em Portugal, o número de bombas de calor operacionais alcançou as 1.938.796 unidades em 2020, sendo a sua maioria sistemas a aerotermia. Este número faz de Portugal o quinto da Europa com mais bombas de calor instaladas, lê-se no barómetro. O país luso é só superado pela Itália (1º), França (2º), Espanha (3º) e Suécia (4º) nesta matéria.
 

Na Alemanha – que está em 6º lugar nesta tabela -, as bombas de calor tornaram-se mesmo na “tecnologia de aquecimento mais comum em sistemas recém-construídos casas” ultrapassando o gás, refere o documento da AIE.

 

Mais medidas para instalar bombas de calor

 

Embora haja cada vez mais bombas de calor instaladas na Europa e haja vários apoios em curso para a sua instalação – como o Programa Edifício + Eficientes em Portugal -, as bombas de calor correspondem apenas a 7% da procura global de aquecimento de edifícios.
 

“Para aumentar a adoção de bombas de calor, as políticas deveriam encorajar a disponibilidade de produtos de qualidade e apoiar a capacidade de mão de obra qualificada para instalar estes sistemas”, refere a AIE no documento
 

Além disso, “melhorar a eficiência energética das fachadas dos edifícios [com isolamentos, por exemplo] também é um fator importante a considerar ao lado da instalação da bomba de calor para garantir que os sistemas sejam eficazes no aquecimento das residências”, dizem ainda.

Fonte: Idealista News